Uma solenidade na Câmara Municipal de Cotia marca os 104 anos da Imigração Japonesa no Brasil e claro em Cotia, onde a presença nipônica é marcante.
Ino e Cotia, cidades irmãs
Muitos imigrantes que chegaram a Cotia e se estabeleceram na região no início do século XX vieram da província de Kochi, onde fica a cidade de Ino. A região montanhosa e de clima frio, em meio a florestas, é reconhecida em todo o território japonês pela produção do Tosa –Washi, papel especial para a escrita de ideogramas. A cidade também ganhou notoriedade por ser a primeira a desencadear o Movimento Japonês de Direitos Humanos e Libedade. Além disso, foi pioneira no reconhecimento de votos das mulheres.
Por sua importância no fluxo de imigrantes, que se fixaram na região, foi decretado pela Câmara Municipal, em 5 de maio de 1966, que a cidade de Cotia estava ligada a cidade de Ino, por laços de amizades. Ficou estabelecido também que haveria, oficialmente, intercâmbio cultural com a cidade de Ino. Da ligação afetiva entre as duas cidades surgiu a ideia da construção, na década de 80, da Praça da Amizade, que se tornou um símbolo oficial da presença japonesa em Cotia.
Havia também um grande projeto de intalação, em 1973, de uma indústria transformadora de papel que já tinha até nome: “Indústria de Papéis Kotia S/A”. O acordo entre as duas cidades foi selado com a oferta pelos representantes de Kochi do tradicional Onaga-Dori (galho empalhado) e também esteve em pauta, na gestão do prefeito Ivo Mario Isaac Pires, a possibilidade de instalação do Centro Cultural da Colônia Japonesa no Brasil. A área já estava definida: no bairro do Moinho Velho, onde nascera a Cooperativa Agrícola de Cotia. Além da preservação da memória sócio-cultural entre os dois países, também funcionaria no local o ensino fundamental e universitário e seriam construídas praças esportivas.
De toda essa efervescência de projetos, o único que vingou foi a Praça da Amizade Ino-Cotia, mais conhecida como Praça Japonesa, inaugurada em 1988. Os outros, embora sempre lembrados quando chega a cidade representantes da província de Kochi, ficaram no esquecimento. A própria Praça Japonesa ficou meio perdida em meio a duplicação da Raposo Tavares que dificulta o acesso de visitantes.
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